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Exposição: (Re)Conhcendo a Amazônia Negra: Povos, Costumes e Influências Negras da Floresta

Aconteceu no dia 23 de Maio de 2018 a abertura da exposição de fotos intitulada "Reconhecendo a Amazônia Negra: Povos, Costumes e Influências Negras na Floresta" da fotógrafa Marcela Bonfim, na galeria de Artes do SESC Centro, em Rio Branco. São 36 retratos que foram impressos em paletes de madeira, que mostram a natureza, a religião, os costumes de homens e mulheres negros da região de Rondônia.
A fotógrafa chegou há 8 anos em Rondônia, vinda de São Paulo e conta que acabou se apaixonando pela fotografia e que o projeto fez parte do seu processo de formação de identidade e do reconhecimento de sua negritude. Ao chegar em Rondônia conta que não esperava encontrar uma Amazônia tão parecida com ela, negra.


Muito desconhecem da história dos negros da região norte, falamos muito dos costumes e da história dos indígenas, mas quando abordamos os negros existe uma lacuna e trabalhos como este mostram a influência da diáspora africana para a cultura do norte do país. A exposição fica até dia 16 de Junho de 2018.

Fonte: Janaina Chistina

“Os próprios personagens que construíram a partir das suas mãos e de seus ancestrais esta história; é a Voz de dona Nicácia, de dona Aniceta, de dona Tomazia, de seu Procópio, da dona Sônia, do Dú; do Bubu Johnson, do Isaías e de tantas outras histórias dentro dessa mesma história amazônica. Trata-se de uma proposta de narrativa, diferente desta que vemos e ouvimos circular pra cima e pra baixo, correspondendo apenas à versão e visão do colonizador”, (Trecho da entrevista ao Hypeness - Marcela Bonfim).

Fonte: Janaina Chistina

“Aquele espaço nos possibilitou a Voz. Acho que é a maior das importâncias desta experiência; essa Voz emitida a partir das imagens e exibidas para um contexto que geralmente preserva em mente uma Amazônia formatada, “fetichizada”, exótica; onde muito se fala (e ouve), mas pouco se vive.  Foi como soltar um grito dentro de um silêncio que perdurou por séculos e omitiu inúmeras presenças e participações negras na ocupação e formação socioeconômica dessa floresta rotulada de Amazônia”, (Trecho da entrevista ao Hypeness - Marcela Bonfim).

Fonte: Janaina Chistina

“Representatividade pra mim é ‘poder’. Nesse caso, o poder da voz que essas imagens sustentam e significam à cada história materializada. Hoje sinto essa representatividade como um movimento que vai dessas imagens pro meu ‘eu’ e do meu ‘eu’ pra cada imagem extraída em forma de aprendizados que venho alcançando ao passo do tempo", (Trecho da entrevista ao Hypeness - Marcela Bonfim).



A seguir algumas fotos da exposição:

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina

Fonte: Janaina Chistina


Sobre a autora: 


Texto escrito por Andressa Queiroz da Silva, pesquisadora do Observatório de Discriminação Racial do Estado do Acre. Bacharela em Serviço Social pela Faculdade da Amazônia Ocidental - FAAO (2015). Especialista em Famílias e Representações Familiares pela Faculdade da Amazônia Ocidental - FAAO (2016). Graduada no curso de Licenciatura em Letras Português na Universidade Federal do Acre - UFAC (2016). Formada no curso de Aperfeiçoamento em Educação Étnico Racial na Escola – UNIAFRO (2016).
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8349134Z6





Fotos tiradas por Janaina Christina Progênio, graduanda em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Acre - UFAC.





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